Organizando um casamento em um ano (bissexto).


sábado, 11 de junho de 2011

Corra, noiva, corra!

A lista de fotógrafos estava grande demais. Ficou feliz em saber que, por falta de opções é que ela não deixaria de escolher um fotógrafo muito legal.

Essa felicidade momentânea foi logo substituída por um quase-desespero imediato. Quando começou a ligar para os fotógrafos da lista e informava a data do seu casamento muitos já estavam ocupados!

“Que absurdo”, ela pensou, “daqui a pouco vai ser tanta antecedência para organizar um casamento que isso vai começar antes do namoro!” Pois é, esse negócio de casamento às pressas era algo cada vez mais difícil de acontecer.

Isso desesperou nossa noiva! E se o fotógrafo que ela mais gostasse já estivesse ocupado em 12 de maio de 2012? Tremeu só de pensar.

Foi aí que ela decidiu resolver logo esse problema. Ligou para vários fotógrafos, fez algumas visitas, e escolheu seu preferido. Ufa, havia vaga na sua agenda para o casamento dela.

Não esperou uma segunda oportunidade. Sacou o talão de cheques, e pagou o fotógrafo.

Ficou feliz. Estava resolvido. E depois dessa corrida se deu conta que esse era a única coisa já paga do seu casamento.

Que bom. Suas lembranças do casamento estavam garantidas.

(Postagem referente ao dia 06.06.2011)

Mais que mil palavras...

Ela ficava se perguntando se iria conseguir se lembrar de tudo do seu casamento depois dele ter acontecido. É tanto tempo para organizar a festa e, no fim, aquela noite mágica poderia não estar registrada na sua memória simplesmente porque seriam muitos detalhes a ver e lembrar.

Por isso, considerando os seus mandamentos, elegeu como prioridade a escolha do fotógrafo. Deveria ser uma escolha muito bem pensada e com especial dedicação na hora de achar o profissional ideal, principalmente por causa da sua dupla importância: seria os olhos dos noivos no casamento, e seria os olhos dos convidados sobre os noivos.

Mil opções surgiram de princípio, e ela foi logo descartando, seguindo o critério do estilo do fotógrafo.

Ela queria um álbum completamente espontâneo, nada de milhares de fotos posadas e, portanto, nada de perder duas horas da festa posando para as lentes. Bom, claro que algumas poses seriam essenciais e necessárias para o álbum, mas não mais que isso, todas as outras fotos seriam espontâneas, sem nem sequer os olhos dos noivos estarem voltados para as lentes.

Por tudo isso, ela chegou a uma conclusão: queria um álbum e todas as fotos mesclando Lado A/Lado B.

E o que isso queria dizer?

Simplesmente que o álbum, apesar da sua formalidade intrínseca, deveria ter um ar informal, que mostrasse o sentimento da festa e dos noivos. Outros ângulos, novos olhares, como a visão dos convidados na festa, já que não é só de um ângulo que se vê a festa. Os noivos podem ser vistos e colocados de lado, ou de costas, e tudo depende de achar a foto ideal.

Bom, ela entendia e respeitava aquelas noivas que queriam, na verdade, um álbum formal, só com fotos posadas, mas não era o sonho de álbum dela, não mesmo.

Depois de chegar a esse critério, ficou muito mais fácil escolher o fotógrafo. Daí em diante era só encontrar aquela pessoa que simpatizasse de cara, que pudesse confiar os seus olhos no seu casamento, para que, no fim, todas as palavras do mundo não fossem suficientes para definir o seu casamento e para substituir suas imagens.

(Postagem referente ao dia 05.06.2011)

Segredo: a alma do negócio.

Ela queria muito que seu casamento fosse especial. Que as pessoas se surpreendessem com ele e que pudessem enxergar na festa o jeito e o gosto dele e dela. Só que ela estava chegando a conclusão cada mais certa de que isso era mesmo muito difícil.

Simplesmente por um único motivo: não existem novidades quando se fala de casamento. Tudo já foi feito, já foi criado, experimentado. Se existe algo novo certamente foi modificado de um original que já aconteceu em algum lugar do mundo.

A única coisa a favor dessa surpresa é justamente o segredo. Tudo bem que as coisas em casamento se repetem, mas não é por isso que você tem que sair espalhando tudo que vai ter na sua festa para todo mundo... As opções estão aí, mas surpreender os convidados está justamente no fato de eles não saberem exatamente como vai ser sua festa, seu vestido, etc, até o dia do seu casamento...


“Mas, o que manter em segredo?”, ela se perguntava. Ela precisava saber claramente disso, até porque manter as coisas em segredo não era um dos seus grandes talentos. Ao contrário, o normal seria justamente sair tagarelando por aí a torto e a direito!

Primeiro de tudo, o vestido de noiva. Isso é certo, TEM que ser segredo. Aliás, é um dos maiores segredos do casamento. “Imagine se Kate Middleton mostrasse o vestido de noiva antes do casamento com William?”, ela pensou consigo mesma e sabia que, se isso acontecesse, metade da graça do casamento real teria ido por água abaixo.

O outro grande segredo: o bolo. É bem verdade que se pode imaginar que o bolo não varia muito. Geralmente é branco e com várias camadas. Mas muitos elementos são particulares e peculiares de cada bolo. A padronagem, a textura, a quantidade de camadas, o tamanho, a disposição... Definitivamente, a surpresa do bolo é deliciosa, mais até que o pedaço do próprio bolo!

Os doces, salgados, empratados, Buffet... bom, isso não necessariamente precisa ser segredo. Aliás, é até bom trocar figurinhas com outras noivas sobre o melhor Buffet a escolher e outros assuntinhos casamenteiros.

A mesma coisa a decoração. Se as flores serão coloridas, se seria branco e verde, qual a cadeira iria usar... bom, isso não precisa mesmo ser segredo. Até porque se forem feitos 10 casamentos, eles serão diferentes, ainda que a cor das flores seja igual.

E nisso, a disposição do casamento e a decoração são coisas tão particulares dos noivos (e da noiva que acaba escolhendo mais!) que não tem nem muito o que contar, já que é algo subjetivo demais.

O convite é algo que pode ser mantido em segredo, mas também nem faz muito diferença, porque vai ser revelado antes mesmo. Diante de tantos detalhes da festa, o convite acaba sendo esquecido logo depois de recebido, tadinho...

Por fim, para a festa mesmo, algumas coisinhas podem ser deixadas em segredo, como por exemplo: músicas para valsa, se vai ter dancinha ensaiada, drinks, lembrancinhas, detalhes das havaianas (claro, porque elas têm que existir!)...

No fim, ainda que a festa não tenha segredinho nenhum, se for animada e feita com muito amor, ela será inesquecível!

(Postagem referente ao dia 04.06.2011)

Aliados fiéis da organização do casamento!

Tinha dias que ela acordava exausta! Não bastava pensar o dia todo em casamento, essa assunto não saía dos seus sonhos. Não descansava um minuto sequer. Quando achava que não estava pensando nisso, se pegava elocubrando sobre um detalhe qualquer.

Por vezes sentia que não ia dar conta...

Sabia que podia contar com sua mãe. Aliás, ela estava ajudando muito. Mas as escolhas tinham que ser suas, afinal de contas! Sabia também que podia dividir as coisas com ele, mas tinha certeza que ele ia acabar dizendo amém a tudo que sugerisse. A sua sogra também estava super presente e cada vez mais animada, mas era até difícil se encontrarem com freqüência para adiantar as coisas. Seu pai, coitado, concordava com tudo mesmo. Ufa, no fim, todas as decisões, ainda que com a ajuda de outros, passavam por ela.

Nessas horas, ela olhava o papel que prendeu na parede com a sua lista dos 10 mandamentos para a organização do casamento. Aproveite! Divirta-se! Curta essa fase!

Ela repetia, repetia, repetia como um mantra, para garantir que isso podia acabar sendo interiorizado por ela.

Mas também, por outro lado, ela sabia que estava se divertindo, conversar com sua mãe, sua sogra, seu pai, sua irmã, seu noivo era uma verdadeira aventura! Tanta coisa a pensar que chegava a dar frio na barriga.

Tinha também amigas, recém-casadas, quase casadas, e noivas. Dividia algumas coisas com elas, mas sabia que elas também tinhas suas vidas e seus próprios problemas.

Bom, no fim ela sabia que tinha que restringir as pessoas a ajudar já que muita gente podia até atrapalhar! Imaginava como seria a decisão sobre a cor da fita da embalagem do bem casado se pedisse a opinião de 10 pessoas... acabaria tendo que escolher entre 10 cores diferentes! Já cansava desde já.

Acabou preferindo se limitar a opinião e ao compartilhamento dos problemas e dúvidas com bem poucas pessoas: sua mãe, seu noivo, sua sogra, sua irmã. Seu pai invariavelmente ia ajudar, mas ia acabar concordando com a opinião de algum dos outros. Cinco cabeças já era suficiente!

É claro que toda ajuda seria sempre bem vinda, mas as escolhas deveriam ser cada vez mais práticas, senão não haveria tempo! Não mesmo!

Casando.com

Essa coisa de internet estava tomando conta do casamento dela! Era incrível! Ela ficava se perguntando como existia convite de casamento, organização, escolha dos detalhes, sem internet nem computador? Ela não conseguia imaginar um mundo casamenteiro sem o mundo virtual.

Aliás, existe coisa mais virtualmente casamenteira do que site de casamento? Por mais redundante que fosse essa conclusão era justamente o que acontecia na prática.

Era muito difícil encontrar um casal que não fizesse seu site de casamento. Passou a ser aquele tipo de coisa completamente dispensável, até a hora que passasse a ser utilizado.

Como indicar a lista de presentes? Como informar sobre a cidade onde será o casamento? Como compartilhar fotos e a própria história do casal? Como fazer tudo isso sem o site?

Bom, antes de existir a possibilidade do site, as pessoas tinha acesso à lista de presentes, informavam sobre a cidade, os convidados sabiam da história do casal. Mas, parece que agora, nada disso pode acontecer sem um endereço eletrônico dos noivos (mesmo que eles não tenham um endereço real para morar!)

Por isso, é bom construir um site. Assim, é possível ter um acesso direto com seus convidados, receber recados e deixar notícias ou dicas. Nesse ponto de vista, é mesmo muito interessante fazer isso.

Por outro lado, ela pensava que já tinha tanta coisa para administrar na organização do casamento que ter um site e movimentá-lo seria mais um problema do que uma solução.

De toda forma, ela não tinha como negar que é realmente interessante essa ferramenta e que a internet, com certeza, se tornava cada vez mais indispensável nesse mundo casamenteiro.

(Postagem referente ao dia 02.06.2011)

E começa a maratona da entrega dos convites...

Ela foi à gráfica disposta a deixar tudo acertado. Agora que já tinha o número de convidados e, portanto, o número de convites, e ainda, ia aproveitar logo para fechar o modelo. Nada melhor que resolver pendências, colocar OK na lista.

Estando lá ficou satifeita com o resultado e queria logo fechar quando seriam entregues os convites para ela, para que pudessem ser escritos os nomes dos convidados. E, no fim, para que o convite chegasse a tempo nas mãos de todos, inclusive dos que moram em outros estados ou países.

Sabia, ainda, que iria demorar, pelo menos, uns 15 dias para entregar todos os convites, porque não existe coisa mais chata do que isso. Até porque, em alguns casos, é necessário ir na mesma casa, diversas vezes, para conseguir encontrar alguém que receba.

Foi informada que o convite devia ficar pronto e ser entregue aos noivos para a distribuição um mês antes do casamento. E isso já inclui o tempo gasto com a escrita dos destinatários.

Ficou assustada, um mês definitivamente era pouco tempo! Infelizmente, ela não teria os seus dias livres antes do casamento para entregar os convites, e não queria acabar a entrega dos convites na véspera do grande dia.

Depois de muito falar, falar, pedir, quase chorar, conseguiu que o convite fosse entregue um mês e meio aos noivos. Não era o melhor dos mundos, mas pelo menos ficou menos apertado.

Bom, agora era se preparar para a maratona de entrega dos convites, fazer uma força tarefa com os pais dos noivos, eles próprios, e quem mais puder, para que essa tática de guerrilha sirva para a entrega em tempo hábil dos convites.

(Postagem referente ao dia 01.06.2011)

terça-feira, 31 de maio de 2011

New message: You’ve got an invitation!

Estivera por poucos horas na frente do computador naquela noite, com um saldo para lá de positivo: 4 recados, 2 convites para evento e 3 fotos compartilhadas. Nesses dias ela ficava impressionada com o poder do mundo virtual.

As pessoas se encontram, conversavam, compartilhavam fotos, histórias, sem nem ao menos sair de casa. No dia que elas passarem a dividir uma cerveja pela Internet será, de fato, o fim da vida social tradicional.

O pior de tudo é que essa sociabilidade virtual exacerbada não é somada ao convívio contínuo com as pessoas, ao contrário ela anula a necessidade (para alguns) de se encontrar com o outro para uma simples conversa.

Acontece mais ou menos assim: você tem um amigo que não vê há anos, procura na sua lista de amigos. Se o encontra, manda uma mensagem pública, ou mesmo privada, colocam as novidades em dia, e pronto. Foi suficiente. Se não encontra, você pesquisa o nome, adiciona, e faz o mesmo procedimento. Em outros tempos, o encontro se daria por acaso, trocariam telefones e marcariam um dia para tomar um chopp.

Bom, por outro lado, ela não podia negar a facilidade de encontrar, combinar as coisas, manter contato com as pessoas pela Internet. E se essa facilidade existia, ela estava disposta a usá-la mesmo.

“Mas”, começou a pensar, “até quanto um convite de casamento, por exemplo, pela internet, é levado a sério por quem está sendo convidado?” E as dúvidas não pararam por aí. “Deve-se contabilizar os convites feitos virtualmente?”

Esses tais convites virtuais poderiam ser dar de duas maneiras, na opinião dela. De um lado, um convite virtual mais formal e direcionado por e-mail, colocando em anexo o seu próprio convite de casamento digitalizado.

“E-mail ser sinônimo de formalidade! Esse mundo está perdido!”, divagou ela.

Outra forma de convidar é enviar uma mensagem coletiva por uma rede social qualquer, contabilizar as respostas positivas, correr atrás das abstenções de resposta, e tentar convencer as negativas.

Chegou à conclusão que o convite por e-mail é, sim, uma opção possível. Afinal, quem hoje em dia não tem e-mail? Até avó já tem.

Aliás, esse seria inclusive um ponto a ser destacado quando fosse definir o convite, pediria uma versão digitalizada.

Em relação à forma virtualmente menos formal de convidar, através das redes sociais, pensou que devesse ser considerado, sim, um convite. Afinal, se a pessoa se deu ao trabalho de escrever uma mensagem e escolher a dedo os destinatários é porque quer a presença deles. Mas, nesse caso, vale uma confirmada mais perto da data da festa.

No fim, o importante é convidar quem se gosta, e fazer brotar no outro a sensação de ser realmente convidado para sua festa! Até porque, quem você deseja muito que esteja lá sabe disso, e, certamente, estará compartilhando contigo esse momento!